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A Nova Corrida do Ouro: Metal Renova Recordes em Meio Às Incertezas Mundiais

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Um dos metais mais antigos a ser manipulado pelo homem, o ouro tem uma história milhares de anos mais antiga do que o sistema capitalista. As primeiras moedas de ouro já circulavam por volta de 3.000 a.C e é capaz que boa parte das reservas se mantenham inexploradas pela humanidade ao longo da existência do planeta. 

De tempos em tempos, o ouro se torna protagonista. No fim do século 19 e início do século 20, por exemplo, o padrão-ouro foi rei, com diversos países estabelecendo que o valor de suas moedas estariam lastreadas por uma quantidade do metal. 

Com a chegada de guerras e grandes crises econômicas, a prática foi considerada ultrapassada, afinal, fazer ajustes de política monetária para estimular a economia se tornou impossível. O padrão caiu, as bases da política monetária moderna foram lançadas e os sistemas monetários modernos (sem lastro ao ouro) prosperaram. Ao ouro, restou uma nova função dentro do mercado financeiro global: reserva de valor. 

Devido à sua escassez, liquidez e durabilidade, o metal é considerado uma escolha segura em tempos de turbulência ou forte inflação. Na teoria, um ativo que nunca perde o seu valor, por mais que as moedas ao redor do globo possam entrar em colapso. Quase como um termômetro da ebulição global. 

Coincidindo com a chegada de Donald Trump ao poder e uma ofensiva protecionista que pode resultar em uma guerra comercial global, o ouro acaba de atingir o seu recorde histórico acima da casa dos US$ 2.956 por onça-troy (31g) na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). 

O salto no preço do ouro não é exatamente uma novidade. Desde o início da pandemia de COVID-19 a busca tem sido mais intensa. Mauriciano Cavalcante, economista da Ourominas, aponta que, de lá para cá, o metal já se valorizou mais de 147%. 

Resquícios da Covid-19

Em 2020, para lidar com os aspectos econômicos da crise sanitária, as principais economias mundiais optaram por um afrouxamento monetário agressivo, taxas de juros baixas e medidas de estímulo fiscal sem precedentes, que geraram preocupações sobre inflação e desvalorização das moedas.

“À medida que os bancos centrais inundavam os mercados com liquidez, os investidores buscaram o ouro como uma proteção contra a instabilidade monetária. O metal sofreu uma correção temporária em 2021, à medida que o aumento das taxas de juros e a valorização do dólar americano pressionaram os preços para baixo”, explica John Plassard, estrategista de investimentos do Grupo Mirabaud. 

O interesse, no entanto, voltou a crescer em 2022, quando as medidas tomadas ao longo do coronavírus resultaram em inflação mais alta em todo o mundo. Além disso, tensões geopolíticas foram renovadas e temores de uma recessão global — puxada pelos Estados Unidos — surgiram. 

A recessão não se concretizou, mas o mundo também nunca voltou a ser o que era antes da covid-19. 

A nova corrida do ouro

Não são só os investidores que estão correndo atrás do ouro para proteger os seus investimentos. Cavalcante aponta que bancos centrais de países como Índia, China e Rússia tem elevado as suas reservas do metal, levando grande volatilidade ao mercado. Entre 2022 e 2023, os bancos centrais foram responsáveis por comprar cerca de um quinto do ouro em circulação. 

As razões para isso são inúmeras. A primeira é a instabilidade geopolítica — em seu pico mais alto desde o fim da Guerra Fria. No momento, há conflitos na Ucrânia, tensões no Oriente Médio e incertezas em torno de Taiwan. 

Há também preocupações com o alto endividamento público dos países, interrupções no comércio global devido às tarifas do novo presidente americano e uma tendência de desdolarização da economia no longo prazo — isso sem citar a perda de valor da moeda americana nos últimos anos. 

Mas a chave da nova corrida pelo ouro está na inflação. Nos Estados Unidos, ela segue acima dos 2% da meta do Federal Reserve e também segue sendo uma preocupação na Europa, no Brasil e em outros lugares do mundo. 

Os especialistas apontam que, historicamente, o ouro tem sido aplicado como proteção contra a inflação e o seu desempenho recente reflete esse papel. Quando as taxas de juros começaram a subir para conter o avanço dos preços, a cotação do ouro caiu — mas a tendência não se manteve. 

“Quando a inflação permaneceu persistentemente alta e os bancos centrais sinalizaram o fim de seus ciclos agressivos de aperto, o ouro recuperou seu apelo. O ambiente inflacionário persistente — impulsionado por disrupções nas cadeias de suprimentos, aumento dos custos de energia e pressões salariais — garantiu uma demanda constante pelo ouro como reserva de valor”, aponta o economista da Mirabaud. 

Agora, o temor é que as principais economias do mundo atinjam um cenário de estagflação (baixo crescimento combinado com alta inflação). Nesse caso, o ouro volta a crescer em atratividade como um ativo de proteção para todos os tipos de investidores — bancos centrais reforçando suas reservas, investidores institucionais utilizando o metal como proteção em seus portfólios e até mesmo investidores de varejo, que compram fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro.

Até onde vai a alta? 

Em um relatório recente, analistas do Goldman Sachs apontaram para a possibilidade de que o ouro ultrapasse a casa dos US$ 3,3 mil, mas ainda é cedo para traçar projeções. 

Segundos os especialistas ouvidos pela Forbes, não é fácil prever os movimentos de mercado. “Se a inflação e a incerteza econômica persistirem, a demanda por ouro continuará elevada”, aponta a Ourominas. 

A Mirabaud não espera que a compra feita por bancos centrais desacelere tão cedo, já que a busca por alternativas ao dólar parece ser uma tendência em crescimento. 

Mas há possíveis ventos contrários ao preço do metal. No caso de inflação persistentemente alta, é possível que os bancos centrais voltem a subir os juros — tirando parte do fluxo do ouro para outros ativos considerados seguros e com melhor rendimento. Correções de curto prazo também não estão descartadas. 

Apesar desses potenciais ventos contrários, fatores estruturais de longo prazo — incluindo preocupações com a dívida soberana, o aumento da desdolarização e as estratégias de diversificação de portfólio — sugerem que a demanda por ouro continuará elevada. Quaisquer quedas de curto prazo provavelmente serão vistas como oportunidades de compra, e não como sinais de uma tendência de queda prolongada”, conclui o economista da Mirabaud. 

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