Ajuda de Trump aos Agricultores dos EUA Pode Exceder Custos Com Armas Nucleares
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O governo Trump pode, mais uma vez, destinar mais dólares dos contribuintes para agricultores prejudicados pelas novas tarifas impostas pelo republicano do que o governo dos EUA gasta em sistemas de entrega nuclear e armamentos.
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, sua administração utilizou recursos da Commodity Credit Corporation (CCC) para amenizar problemas políticos causados pela retaliação da China contra produtos agrícolas dos EUA.
A entidade, vinculada ao Departamento de Agricultura (USDA), busca apoiar agricultores e estabilizar os mercados agrícolas por meio de programas de subsídios e garantias de crédito. Fato é que, se a atual guerra comercial continuar, a tática provavelmente será repetida.
O Fracasso das Tarifas no Primeiro Mandato
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, sua administração impôs tarifas sobre importações chinesas. O governo chinês retaliou e direcionou suas ações contra produtos agrícolas dos EUA. Como resultado, os agricultores americanos sofreram.
Em 2018, as exportações de soja dos EUA para a China caíram 75%, segundo a Comissão de Comércio Internacional dos EUA. As exportações agrícolas dos EUA para a China despencaram de US$ 24 bilhões (R$ 139,5 bilhões na cotação atual) em 2014 para menos de US$ 10 bilhões (R$ 58 bilhões) em 2019.
Analistas de comércio haviam previsto que a China iria revidar contra os exportadores americanos, mas Trump e sua equipe ignoraram os avisos. Em vez disso, após a retaliação causar dificuldades financeiras aos agricultores, o governo Trump utilizou a Commodity Credit Corporation como uma espécie de fundo político e distribuiu até US$ 30 bilhões (R$ 174,4 bilhões) para os produtores rurais.
Donald Trump foi claro sobre o motivo desses pagamentos. “Às vezes vejo esses repórteres horríveis e desonestos dizendo: ‘Ah, nossa, os agricultores estão chateados’”, afirmou a um público em um evento agrícola em Illinois, em agosto de 2019. “Bem, eles não podem estar tão chateados, porque eu dei a eles US$ 12 bilhões (R$ 69,7 bilhões) e depois mais US$ 16 bilhões (R$ 93 bilhões) este ano. Espero que gostem ainda mais de mim do que em 2016.”
O governo Trump aproveitou os requisitos legais mínimos associados aos gastos da Commodity Credit Corporation. “O Charter Act. concede ao Secretário da Agricultura amplos poderes e discricionariedade no uso da CCC, que permitem que ela realize quase qualquer operação que esteja alinhada ao objetivo de apoiar a agricultura dos EUA. A recente ação do Congresso restaurando a autoridade da CCC permitiu que o governo Trump utilizasse o recurso para mitigar a queda dos preços das commodities causada por tarifas retaliatórias sobre uma variedade de produtos agrícolas dos EUA”, segundo o Serviço de Pesquisa do Congresso.
Preocupações legais não impediram Trump de usar quase toda a capacidade de empréstimo de US$ 30 bilhões (R$ 174,4 bilhões) da Commodity Credit Corporation. “Altos funcionários do governo, incluindo alguns da Casa Branca, expressaram preocupação de que o pacote do governo Trump para socorrer os agricultores precisasse de um respaldo legal mais forte”, informou o Washington Post.
O governo Trump assumiu o crédito pelo envio do dinheiro aos agricultores em um documento informativo da Casa Branca, de 31 de dezembro de 2019: “O governo Trump autorizou um total de US$ 28 bilhões (R$ 162,8 bilhões) em auxílio para agricultores que foram sujeitos a práticas comerciais desleais.”
O dinheiro gasto com os agricultores aumentou o déficit orçamentário e fará isso novamente se o governo Trump repetir a tática em 2025. “Como os dois pacotes de ajuda comercial foram implementados usando a autoridade discricionária da CCC, não foi necessário um ajuste orçamentário no Congresso, e a regra administrativa PAYGO [pagamento conforme a receita] não foi acionada”, segundo o Serviço de Pesquisa do Congresso.
“A autoridade permanente e indefinida de financiamento da corporação significa que os gastos com ajuda comercial são reembolsados anualmente como uma perda líquida realizada, aumentando assim os gastos totais do governo federal.”
A Repetição das Tarifas Pode Ser Igual ao Original
“Uma guerra comercial com a China durante o primeiro mandato do presidente Trump atingiu duramente os agricultores americanos. Desta vez, pode ser ainda pior”, informou o New York Times. “Na terça-feira, o Ministério das Finanças da China anunciou que vai impor tarifas de até 15% sobre uma ampla gama de importações agrícolas dos Estados Unidos, incluindo frango, trigo, milho e algodão. A retaliação de Pequim às crescentes tarifas americanas sobre produtos chineses também inclui tarifas de 10% sobre importações de sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, legumes e laticínios.”
Outro custo adicional para os agricultores é o potássio mais caro utilizado em fertilizantes. O governo Trump impôs uma tarifa de 25% sobre importações de potássio do Canadá. Donald Trump reduziu temporariamente a tarifa para 10%. Em seu discurso do Estado da União, Trump prometeu que sua política tarifária beneficiaria os agricultores americanos.
Além da China, México e Canadá, o governo Trump ameaçou impor tarifas sobre produtos da União Europeia. Líderes da UE também prometeram retaliar. Trump planeja impor tarifas “recíprocas” sobre produtos de outros países, como o Brasil. Economistas alertam que essas e outras tarifas aumentarão os preços para os consumidores.
Em 2025, o Departamento de Defesa dos EUA prevê gastar US$ 27 bilhões (R$ 157 bilhões) em sistemas de entrega nuclear e armamentos, menos do que os US$ 30 bilhões em capacidade de empréstimo e gastos da Commodity Credit Corporation.
Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, o orçamento para sistemas de entrega nuclear inclui os custos de submarinos com mísseis balísticos, mísseis balísticos intercontinentais, bombardeiros e “outras atividades nucleares.”
Em 2020, a Fundação Nacional para a Política Americana concluiu que os gastos com agricultores devido à retaliação das tarifas superaram os gastos do governo dos EUA com as forças nucleares do país. Isso quase certamente acontecerá novamente, a menos que o governo Trump encerre as guerras comerciais que iniciou em todo o mundo.
* Stuart Anderson é colaborador sênior da Forbes EUA, onde escreve sobre imigração, negócios e globalização. Anderson é diretor executivo da National Foundation for American Policy, uma organização de pesquisa de políticas públicas com foco em comércio e imigração.
O post Ajuda de Trump aos Agricultores dos EUA Pode Exceder Custos Com Armas Nucleares apareceu primeiro em Forbes Brasil.
#Ajuda #Trump #aos #Agricultores #dos #EUA #Pode #Exceder #Custos #Armas #Nucleares
Observação da postagem
Nosso site faz a postagem de parte do artigo original retirado do feed de notícias do site forbe Brasil
O feed de notícias da Forbes Brasil apresenta as últimas atualizações sobre finanças, investimentos e tendências econômicas. Com análises detalhadas e insights de especialistas, a plataforma aborda tópicos relevantes como mercado de ações, criptomoedas, e inovação em negócios. Além disso, destaca histórias de empreendedores e empresas que estão moldando o futuro da economia. A Forbes também oferece dicas sobre gestão financeira e estratégias para aumentar a riqueza pessoal. Com um enfoque em informações precisas e relevantes, o site se torna uma fonte confiável para quem busca se manter atualizado no mundo financeiro.
Palavras chaves
Ajuda de Trump aos Agricultores dos EUA Pode Exceder Custos Com Armas Nucleares
Notícias de finanças
Mercado financeiro hoje
Análise de mercado de ações
Investimentos em 2024
Previsão econômica 2024
Tendências do mercado de ações
Notícias sobre economia global
Como investir na bolsa de valores
Últimas notícias financeiras
Mercado de ações ao vivo
Notícias de economia mundial
Análise de investimentos
Dicas para investir em ações
Previsão de crescimento econômico
Como começar a investir
Análises financeiras atualizadas
Mercado de criptomoedas hoje
Previsão de recessão econômica
Finanças pessoais e investimentos
Notícias sobre bancos e finanças