Bitcoin Despenca Abaixo de US$ 100 Mil e ‘Apaga’ US$ 840 Bi do Mercado
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O preço do Bitcoin caiu abaixo de US$ 100 mil (R$ 539 mil) nesta terça-feira (4), atingindo o menor patamar em cinco meses. O movimento faz parte de uma queda mais ampla no mercado de criptomoedas, com investidores adotando uma postura mais conservadora diante das incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
O Bitcoin recuou 6,4% em um único dia, sendo cotado a cerca de US$ 99.780 (R$ 538 mil), nível não visto desde junho, quando a criptomoeda foi negociada pela última vez abaixo de US$ 100 mil.
Para entender a extensão do que isso representa, basta dizer que o valor total do mercado global de criptomoedas caiu US$ 840 bilhões (R$ 4,5 trilhões) no último mês, passando de US$ 4,21 trilhões (R$ 22,7 trilhões) em 5 de outubro para US$ 3,36 trilhões (R$ 18,1 trilhões), segundo dados do CoinMarketCap. O volume representa queda de 20% no período.
Queda geral
O Bitcoin liderou o movimento de baixa no mercado nos últimos sete dias, com uma queda acumulada de 12,4%. Outras criptomoedas também registraram fortes perdas. Confira o desempenho de cada uma abaixo:
- Ethereum -20,8%;
- XRP -18%;
- BNB -19,2%/;
- Solana -22,2%;
- Dogecoin -20,8%.
A derrocada aconteceu quase um mês depois da moeda atingir novo recorde histórico acima de US$ 126 mil (R$ 679 mil) em 6 de outubro, antes de despencar quase 11% na véspera da decisão do Fed de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual na semana passada. Apesar do movimento, o presidente do banco central, Jerome Powell, sinalizou que novos cortes não estão garantidos na reunião de dezembro. Isso foi um grande banho de água fria não só nas criptos, mas no mercado de ações também. Durante a fala de Powell, Dow Jones chegou a perder 200 pontos.
Como o Fed “interfere”
Historicamente, os preços das criptomoedas tendem a subir quando o Fed reduz as taxas de juros. Durante a pandemia, por exemplo, o Bitcoin saltou de US$ 5 mil (R$ 26,9 mil) em março de 2020 para cerca de US$ 69 mil (R$ 372 mil) em novembro de 2021, impulsionado por políticas monetárias expansionistas.
O cenário oposto ocorreu em 2018, quando o Fed aumentou os juros: o Bitcoin despencou de US$ 20 mil (R$ 108 mil) para cerca de US$ 3 mil (R$ 16 mil).
Nesta semana, a governadora Lisa Cook afirmou ainda não ter decidido sobre um possível corte em dezembro, e há divergências dentro do próprio Fed. O presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, votou contra novas reduções.
Segundo dados do CoinMarketCap, o Bitcoin caiu 3,7% em outubro, o pior desempenho para o mês em dez anos.
Apoio político turbinou o Bitcoin em 2025
Os preços do Bitcoin vinham em forte alta neste ano, impulsionados pelo apoio do governo de Donald Trump a uma legislação que busca flexibilizar regras para o mercado de criptoativos. Em apenas dois meses, a moeda superou as marcas de US$ 110 mil (R$ 593 mil) e US$ 120 mil (R$ 647 mil), em meio ao anúncio de grandes investimentos corporativos em Bitcoin.
Entre eles, destaca-se o Trump Media and Technology Group, do presidente Donald Trump, que revelou um plano de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões) para criar uma reserva corporativa de Bitcoin.
Além disso, o governo dos Estados Unidos vem acumulando suas próprias reservas. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o estoque federal somava entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões (R$ 80,8 bilhões a R$ 107,8 bilhões) em Bitcoin em agosto.
Durante a recente paralisação parcial do governo norte-americano, o Bitcoin também se destacou como ativo de refúgio, acompanhando a valorização do ouro, da prata e da platina, e atingindo seu recorde histórico mais recente nesse mesmo período.
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