Com Juros Altos, Setor Reage Ao Plano Safra Mais Caro da História
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Entre ontem e hoje (1), o governo federal anunciou R$ 605,2 bilhões em crédito ao agro. O Plano Safra 2025/26 atingiu um volume recorde, com R$ 516,2 bilhões destinados para agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar. No entanto, o que falou mais alto foi o aumento das taxas de juros nas principais linhas de financiamento de 1,5 a 2 pontos percentuais no segmento empresarial. E parte do setor não gostou. “A irresponsabilidade fiscal do governo vai elevar em R$ 58 bilhões o custo para o produtor rural. Esse é o verdadeiro recorde”, diz Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Do total anunciado, R$ 415 bilhões serão destinados a operações de custeio e comercialização e outros R$ 102 bilhões vão para investimentos em infraestrutura produtiva. “Com o montante destinado aos investimentos e os juros anunciados, não vamos ter produtores indo atrás de crédito para investimentos. Vai ter um esvaziamento”, afirma Lupion.
O programa contempla linhas de crédito para custeio, comercialização e investimento para pequenos, médios e grandes produtores. Durante a cerimônia de anúncio, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, afirmou que a Selic está em 15%, e que mesmo assim o governo conseguiu manter a taxa de juros na ordem de 1,5% a 2%.
Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, também repercutiu as taxas do Plano Safra 2025/26. “Como esperado, os juros bateram lá em cima, com linhas de crédito com juros de até 14%. Esse sim é um terrível recorde histórico”, disse em uma postagem na rede social X.
“O Plano 2025/26 não responde à altura a importância estratégica que a agricultura tem no Brasil. Os valores estão bem abaixo”, disse Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), principal entidade dos produtores rurais do país. Lucchi também chamou atenção para a ausência de anúncios sobre o seguro rural. “Tivemos um congelamento de R$ 435 milhões para esse ano, e não foi anunciado nada para esse segmento. Isso afeta diretamente o produtor”, afirma.
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) destacou que os valores anunciados para o programa são significativos, mas insuficientes para acompanhar o nível de crescimento do setor. “As altas taxas de juros, decorrentes de uma Selic na casa dos 15% ao ano, têm um efeito corrosivo sobre esse montante”, disse Paulo Camuri, gerente de clima e inteligência de dados do Imaflora, em nota.
O setor pecuário também reagiu. Romildo Antônio da Costa, diretor de relações governamentais da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entidade que representa os pecuaristas de gado zebu no país, afirmou que este é “o Plano Safra mais caro da história”, o que não significa uma alta nos investimentos. “O Brasil é um dos países que oferece menos ajuda de renda aos produtores”, disse Costa em nota divulgada pela entidade. Para ele, o valor anunciado não contempla todas as necessidades do setor agropecuário. “Sem dinheiro para apoiar o seguro rural, metade do R$ 1 bilhão anunciado no orçamento foi bloqueado.”
Incentivo à práticas sustentáveis
O programa trouxe iniciativas de estímulo à práticas mais sustentáveis na agropecuária, como o acesso facilitado a linhas específicas, e redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em operações de custeio para beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e para os demais produtores que investirem em atividades ambientalmente responsáveis. “Essas iniciativas são louváveis. Apoiamos a recuperação de pastagens e as medidas mais sustentáveis, mas se não há recurso para o mínimo, de onde vai sair o dinheiro para essas inovações?”, disse Lupion.
“O governo precisa direcionar mais fortemente o uso desse subsídio ao crédito rural para alavancar as práticas agrícolas de baixa emissão de gases de efeito estufa”, disse Camuri.
Os programas destinados à práticas mais sustentáveis, como a transição para a agroecologia, foram celebrados pelo setor familiar. Márcio Langer, secretário de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que representa agricultores familiares, celebrou as iniciativas, mas também destacou as taxas de juros elevadas.
“Os fatores climatológicos estão cada vez mais severos. Mas a atual taxa de juros deixa o crédito mais caro. Então, como esses recursos sustentáveis chegarão para os produtores?”, disse, em nota. Langer celebrou a criação do Pronaf B Agroecologia, que vai oferecer microcrédito de até R$ 20 mil, com juros de 0,5% ao ano e bônus de adimplência de até 40% para sistemas agroecológicos ou em transição.
O mais recente censo do IBGE mostrou que existem cerca de 13,9 milhões de hectares de sistemas agroflorestais no Brasil. “É um avanço importante, tendo em vista a necessidade de adaptação climática. Esse era um pedido nosso de longa data”, afirma.
O Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), cujo objetivo é diminuir o uso de defensivos agrícolas no país, foi o grande destaque do Plano Safra 2025/26 para Paulo Petersen, integrante do Núcleo Executivo da Associação Nacional de Agroecologia (ANA). “Certamente temos que celebrar. É um reconhecimento por parte do Estado da necessidade e da possibilidade de reduzir o uso de agrotóxico na agricultura brasileira, tanto a familiar quanto a empresarial”, diz ele. “É um investimento orientado a disponibilizar tecnologias que permitam que agricultores utilizem mais biológicos. É um ganho.”
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