Consagrado Por Wall Street: CEO da Startup de Design Figma se Torna Bilionário
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Quando os funcionários da startup de design Figma, sediada em São Francisco, voltaram das férias de Natal em janeiro de 2024, foram surpreendidos por uma notícia desanimadora. A aquisição de US$ 20 bilhões (R$ 112 bilhões) pela Adobe, que estava presa há 15 meses em um impasse regulatório, havia fracassado devido a preocupações com a lei antitruste, conjunto de regras criadas para evitar que empresas abusem do poder econômico e prejudiquem a concorrência no mercado.
Após essa notícia, o cofundador e CEO Dylan Field apertou o botão de reiniciar para a startup que pretende ser o Google Docs do design. A Figma reduziu sua avaliação interna para apenas US$ 10 bilhões (R$ 56 bilhões) e ofereceu aos funcionários um pacote voluntário de saída com três meses de indenização. Apenas 4% dos 1.300 empregados da empresa aceitaram a oferta.
Essa medida, segundo investidores e pessoas próximas, tinha o objetivo de estabilizar a companhia e prepará-la para um futuro de longo prazo como uma startup independente. “O efeito foi que você tinha muitas pessoas extremamente motivadas que trabalharam muito para entregar novos produtos”, afirma Mamoon Hamid, investidor da Figma e sócio da firma de venture capital Kleiner Perkins.
Quase 18 meses depois, a aposta de Field deu certo. Na quinta-feira (31), a Figma e seus investidores planejavam levantar US$ 1,2 bilhão (R$ 6,72 bilhões) vendendo ações ao público, com uma avaliação de mais de US$ 19 bilhões (R$ 106,4 bilhões). A oferta pública inicial (IPO) de tecnologia era esperada para estar entre as cinco maiores do setor no ano.
Ao final do primeiro dia de negociação, as ações da Figma fecharam a US$ 115,50 (R$ 646,78) por ação, mais que o triplo do preço inicial de US$ 33 (R$ 184,79) por ação. Isso elevou a fortuna de Field para um valor de US$ 6,4 bilhões (R$ 35,84 bilhões) e tornou seu cofundador Evan Wallace bilionário, com patrimônio estimado em US$ 3,1 bilhões (R$ 17,36 bilhões).
Figma nas mãos de Field
Um dos maiores beneficiados dessa listagem é o próprio Field. Com o preço inicial do IPO, ele valia US$ 1,8 bilhão (R$ 10,08 bilhões), mas esse pode ser apenas o primeiro capítulo do seu retorno financeiro. Nos próximos dez anos, o executivo de 33 anos poderá desbloquear ações adicionais avaliadas em US$ 1,3 bilhão (R$ 7,28 bilhões) pelo preço do IPO. Isso pode acontecer por meio dos planos de compensação concedidos a ele entre 2021 e 2025, caso permaneça na Figma e o preço das ações quadruplicar, chegando a US$ 130 (R$ 727,97) por ação.
O valor potencial desses ativos restritos mais que triplicou na quinta-feira (31). A estrutura reflete uma tendência de planos agressivos de incentivos de longo prazo. A situação é semelhantes ao pacote de US$ 56 bilhões (R$ 313,6 bilhões) de ações da Tesla concedido a Elon Musk, que foi anulado em janeiro de 2024 por um tribunal de Delaware após determinar que o processo para a concessão não foi justo devido ao controle de Musk sobre o conselho — Musk recorreu da decisão.
Field pode ter tornado a Figma pública, mas ainda exerce controle sobre a startup que cofundou em 2013. Os termos da oferta pública inicial lhe conferem o direito de votar as ações do cofundador Evan Wallace, que valem quase US$ 900 milhões (R$ 5,04 bilhões) pelo preço do IPO. Field e Wallace possuirão 99% das ações Classe B da Figma, que têm 15 vezes mais votos do que as ações Classe A detidas por outros investidores. No total, isso dá a Field, integrante da lista Forbes 30 under 30, o controle de 74% dos direitos de voto da empresa.
Wallace teria um patrimônio consideravelmente maior se não tivesse doado um terço de suas ações em junho para a Marin Community Foundation, uma organização sem fins lucrativos que atua no combate à falta de moradia. Wallace, que atuou como diretor de tecnologia da Figma, deixou a empresa em 2021.
Field, Wallace e a Figma não comentaram o assunto.
Volta por cima
A listagem também marca um retorno para a Figma após o colapso da aquisição de US$ 20 bilhões (R$ 112 bilhões) pela Adobe em 2023. Na época, o CEO da Adobe, Shantanu Narayen, classificou o acordo como “revolucionário” para o publisher do Photoshop, Premiere Pro e InDesign. Os investidores da Adobe, no entanto, resistiram a pagar um valor que avaliava a Figma em mais que o dobro da última avaliação e cerca de 50 vezes a receita da startup, que era de US$ 400 milhões (R$ 2,24 bilhões).
O pacto também enfrentou resistência de reguladores antitruste nos Estados Unidos, Reino Unido e Europa — sem falar nos fãs da Figma, muitos dos quais já haviam abandonado as ferramentas caras da Adobe.
A aquisição, anunciada inicialmente em setembro de 2022, foi cancelada no final de dezembro de 2023, depois que a autoridade britânica antitruste alertou que o negócio poderia reduzir a concorrência no mercado de softwares de design. A Adobe teve que pagar à Figma uma taxa de rescisão de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) após o cancelamento, mas a empresa e seus fundadores enfrentaram uma longa reestruturação. “Quando você abandona um plano como a fusão, é um dia difícil. Sempre é um pouco assustador quando você oferece dinheiro para as pessoas saírem, mas não para Dylan, e isso foi muito saudável para a empresa”, conta John Lilly, investidor da Figma e sócio da venture capital Greylock.
A equipe da Figma não ficou parada enquanto seu fundador negociava com a Adobe e reguladores nos dois lados do Atlântico. No verão anterior, a empresa lançou uma ferramenta para ajudar desenvolvedores a transformar designs em código, e ao longo do último ano publicou uma série de mecanismos de design e inteligência artificial.
Isso ajudou a Figma a quase dobrar sua receita desde o anúncio da negociação com a Adobe. No ano passado, a empresa gerou US$ 749 milhões (R$ 4,19 bilhões) em receita e seu crescimento está acelerando, com vendas de US$ 228 milhões (R$ 1,28 bilhão) no primeiro trimestre de 2025, alta de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Mesmo assim, a Figma ainda não é lucrativa. Apresentou um prejuízo de US$ 732 milhões (R$ 4,10 bilhões) no ano passado, impulsionado em grande parte por uma concessão de ações no valor de US$ 889 milhões (R$ 4,98 bilhões) para funcionários.
Era da IA
A Figma mantém um público fiel, e milhares de pessoas participaram este ano do evento anual Config, da empresa, em São Francisco e Londres. Field, que abandonou o curso de ciência da computação na Brown University em 2012 para aceitar a Thiel Fellowship, foi o principal palestrante. Field e seu colega da Brown, Wallace, trabalharam em várias ideias de negócio, como softwares para drones e geradores de memes, antes de se concentrarem na ferramenta de edição Photoshop da Adobe.
Demorou anos para que o par lançasse a versão de teste da tela baseada em navegador da Figma, mas quando foi lançada em 2015, logo se tornou sucesso entre designers e profissionais de grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft. Isso ajudou a Figma a alcançar uma avaliação de US$ 10 bilhões (R$ 56 bilhões) apenas seis anos após o lançamento do primeiro produto, tornando-a uma das startups mais acompanhadas do Vale do Silício.
O IPO também representa ganhos para alguns dos investidores de venture capital da Figma. Três grandes fundos — Index, Greylock e Kleiner Perkins — agora detêm juntos quase US$ 6 bilhões (R$ 33,6 bilhões) em ações, pelo preço inicial, e bilhões a mais com base no preço de fechamento de quinta-feira (31). A Index foi nomeada a maior acionista da Figma em seu documento S-1, o que representa uma participação avaliada em US$ 2,1 bilhões (R$ 11,76 bilhões) pelo preço do IPO, depois que o investidor Danny Rimer, da lista Midas, aplicou recursos na rodada seed da Figma quando Field tinha apenas 19 anos.
A Sequoia Capital e o gestor de riqueza do Vale do Silício Iconiq também são lucradores do IPO, que pode abrir caminho para mais empresas abrirem capital após um hiato. Algumas ofertas públicas iniciais, como as da Coreweave (US$ 23 bilhões, R$ 128,8 bilhões) e da Chime (US$ 12 bilhões, R$ 67,2 bilhões), além de uma série de aquisições, ajudaram a quebrar uma seca incomum de saídas para investidores de venture capital.
Alguns dos principais apoiadores da Figma estão a caminho de um ano excepcional que vai além da própria empresa. A Index deverá lucrar com a aquisição da Wiz pela Google por US$ 32 bilhões (R$ 179,2 bilhões), com a compra da Scale AI pela Meta por US$ 14 bilhões (R$ 78,4 bilhões), e com o acordo de aquisição do desenvolvedor turco de jogos Dream, avaliado em US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões). A Kleiner Perkins viu a fabricante de chips Ambiq abrir capital no começo desta semana na Bolsa de Nova York, e assistiu a Google pagar US$ 2,4 bilhões (R$ 13,44 bilhões) pela startup de codificação de vibrações Windsurf.
A mesma febre de IA que impulsionou algumas dessas negociações também representa uma ameaça para a Figma. Um grupo de startups novas, como Lovable, Replit e StackBlitz, captaram grandes investimentos e viram suas receitas dispararem ao usar inteligência artificial para transformar instruções simples em protótipos e esboços — não apenas do tipo que a Figma costuma facilitar, mas sites e aplicativos completos e funcionais.
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