Corridas de rua: como atividade virou febre e traz benefícios para saúde
Globo Repórter – 26/09/2025
O Globo Repórter desta sexta-feira (26) mergulhou no universo da corrida de rua, uma atividade que vem conquistando cada vez mais adeptos no Brasil. A reportagem mostrou que a prática reúne pessoas de diferentes idades e perfis, motivadas por razões diversas: perder peso, cuidar da saúde mental, superar desafios ou simplesmente fazer parte de uma comunidade.
A corrida como ferramenta de transformação
Gabriele participando de uma corrida de rua
Reprodução/TV Globo
Gabriele Santos trata há cinco anos esquizofrenia, depressão e ansiedade generalizada. Ela conta que desde que começou a correr, sua autoestima e qualidade de vida melhoraram significativamente. Hoje, Gabi já ostenta uma coleção de medalhas.
“Primeiro veio aquela sensação meio louca assim: ‘o que eu estou fazendo aqui de novo?’. Aí você vai vencendo a mente. A gente se esvazia de pensamentos ruins e enche de esperança e de superação. Não tem muita explicação não, eu aconselho a fazer”, diz.
Gabriele mostra medalhas
Reprodução/TV Globo
Gabriele faz parte de um grupo que, toda terça-feira à noite, reúne centenas de pessoas para correr na Ilha do Governador, na zona norte do Rio. A liderança é de Alessandro, apelidado de “Mutante”. Difícil imaginar, mas há 11 anos ele pesava 143 kg, era obeso mórbido e chegou a enfrentar um princípio de infarto. A partir daí, decidiu mudar de vida com a prática de atividades físicas.
“O médico disse para mim: ‘Alessandro, ou você perde emagrece, ou você, infelizmente, não tem mais cinco anos de vida’. Dali para cá, a minha vida realmente mudou. E ali eu comecei uma dieta, comecei a caminhar, porque eu não podia correr. Então fiz caminhada e, depois, corrida e eu nunca mais parei”, conta o preparador físico.
O preparador físico lembra que a corrida pode ser um esporte individual, mas destaca a força do coletivo:
“As pessoas estão descobrindo que correr em grupo é muito melhor. A saúde tem sido recuperada tanto no aspecto físico quanto no emocional. Muitos buscam esse sentimento de pertencimento, de fazer parte de uma grande família — e é isso que estamos construindo aqui”.
Grupo reúne centenas de pessoas para correr na Ilha do Governador, na zona norte do Rio
Reprodução/TV Globo
Nova oportunidade de carreira
Há também quem encontrou na corrida uma nova fonte de renda. O fotógrafo Carlos Fernandes, que antes registrava imagens da orla para promover o turismo, percebeu uma nova oportunidade ao fotografar corredores.
“Não é fácil, até para você pegar o time correto da foto, aquelas fotos que a gente pega a musculatura deles, dando aquela passada bem no ar, né? Tira o dedo, cada pessoa, às vezes de 20 a 30 fotos, então tem que ser aquela foto maravilhosa”, conta.
Carlos Fernandesfotografa corredores
Reprodução/TV Globo
Corrida e paquera
E a corrida também virou espaço para paquera. Afinal, ainda tem muitos solteiros correndo em busca de saúde e também de um amor. E a probabilidade disso acontecer durante uma corrida é tão real que os corredores já criaram até códigos para sinalizar quem está nessa saga. A meia azul é o sinal usado para os solteiros se identificarem.
“É uma brincadeira que pegou. A gente decora o número de peito e depois procura o nome no resultado da prova”, explica uma corredora.
A meia azul é o sinal usado para os solteiros solteiros se identificarem
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O coração de um corredor
Uma pesquisa do Instituto do Coração acompanhou por um ano o maratonista Hugo Farias, que entrou para o Livro dos Recordes ao completar 366 maratonas consecutivas. O estudo revelou que o coração de Hugo se adaptou à alta demanda física.
“Corrida é treino. O corpo se adapta aos objetivos”, afirma Francis.
Pesquisa do Instituto do Coração acompanhou por um ano o maratonista Hugo Farias
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Benefícios físicos e mentais
Além de melhorar o condicionamento físico, a corrida ajuda no controle da pressão arterial, diabetes e saúde mental. E o Francis lembra os resultados vêm com o tempo:
“Quando você começa a fazer a corrida, você vai ter aquela fase inicial. Vai ter a dorzinha muscular, não vai sentir que você está evoluindo, mas se dê essa oportunidade, espere um mês, dois meses. E aí você começa a perceber uma evolução e é aí que a magia acontece”, conclui.
Corrida: Entenda os benefícios da atividade
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