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Impactos das Tarifas dos EUA sobre o Brasil: um Alerta Comercial e Diplomático

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Entrou em vigor na quarta-feira (6) a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a diversos produtos importados do Brasil. Apesar da tensão política gerada, o impacto econômico direto pode ser mais limitado do que o esperado, já que aproximadamente 700 produtos foram excluídos da alíquota, o que reduz a abrangência da medida.

Dados do Ministério da Fazenda indicam que a tarifa afeta cerca de 36% dos produtos exportados para os EUA, o equivalente a apenas 4% do total das exportações brasileiras ao país. E, segundo estimativas do governo, até metade dessa fatia poderá ser redirecionada para outros mercados, o que ameniza os efeitos imediatos sobre a balança comercial.

Mercado financeiro mantém a calma

O início oficial da tarifação não produziu muito abalo no mercado. A medida já estava precificada, já que essa pauta tem feito parte do dia a dia da nossa economia há algum tempo.

O Ibovespa demonstrou resiliência, encerrando a quarta-feira (6) em alta de 1,04%, atingindo 134.537,62 pontos. Este foi o terceiro aumento consecutivo do índice, algo que não ocorria desde junho, com um ganho acumulado de 1.386,32 pontos.

O dólar caiu 0,78%, alcançando R$ 5,463, menor patamar desde julho, enquanto as taxas de juros futuras recuaram, refletindo uma menor percepção de risco interno no curto prazo. No geral, o movimento refletiu muito mais os resultados corporativos do segundo trimestre do que a nova taxação em si.

Empresas do setor financeiro, como Itaú e Banco do Brasil, apresentaram balanços positivos, sustentando o otimismo do mercado. Já a Embraer, apesar de ter sido excluída das tarifas, viu suas ações caírem levemente, demonstrando que a reação dos investidores vai além das decisões políticas.

A guerra da moeda e o declínio da hegemonia

Como já mencionei aqui na coluna, a decisão do governo Trump não é apenas comercial, mas estratégica. Ela reflete a tentativa dos EUA de manter a hegemonia do dólar frente ao avanço de acordos internacionais que buscam diversificar moedas nas trocas comerciais.

Países do BRICS e outras nações têm explorado alternativas ao dólar, e esse movimento é visto como uma ameaça direta à influência norte-americana no comércio global. Ao reagir com tarifas pesadas, os EUA tentam proteger sua liderança, mas também arriscam isolar-se em um cenário cada vez mais multipolar.

O que acontecerá nesse tabuleiro geopolítico é difícil prever e, como investidores comuns, não temos qualquer controle sobre isso. No entanto, temos que seguir monitorando e aplicando estratégias de proteção às nossas carteiras de investimento, que é a única coisa que podemos controlar de fato.

O Brasil reage: diplomacia e defesa no jogo global

Diante da nova tarifação, o governo brasileiro adotou uma postura diplomática proativa, e nesta quarta-feira (6), o Brasil levou a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC), protocolando um “pedido de consulta”.

O presidente Lula também sinalizou que buscará articulação com Índia e China para uma resposta conjunta às tarifas, evitando, contudo, um diálogo direto com Trump neste momento.

Embora o processo de análise da OMC possa ser demorado, bem como as articulações com outros países, a estratégia do governo brasileiro visa, ao que tudo indica, reforçar o compromisso do Brasil com o multilateralismo e com regras claras no comércio internacional.

Como em um jogo de xadrez, todos movimentam suas peças em posição de ataque ou defesa, e o governo brasileiro está fazendo isso. Se terá êxito, ainda não sabemos.

O que esperar daqui para frente?

Ainda que os impactos macroeconômicos sejam contidos, setores como agronegócio, aço e alumínio enfrentam desafios significativos. E temos ainda o risco de o Brasil se tornar alvo de novas tarifas, como já aconteceu com a Índia, caso as importações de combustíveis da Rússia continuem.

O cenário exige do governo estratégia e, sobretudo, diplomacia firme. O futuro das exportações brasileiras dependerá da capacidade de adaptação a esse novo tabuleiro global, e da habilidade de negociar, não só com Washington, mas com o mundo.

Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI-T (Anbima), mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira, empresário, sócio do Clube FII e do Grana Capital, escritor e educador financeiro com cursos que já formaram mais de 50 mil alunos. Está nas redes sociais como @professormira

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