Justiça determina que homem acusado de agredir e arrastar namorada com carro em movimento vá a júri popular
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou que Denis Cipriano de Carvalho Silva, acusado de tentar matar a namorada Gabriele Caroline Gonçalves, vá a júri popular.
Ele se tornou réu no processo em março deste ano, dois meses após agredir Gabriele e tê-la empurrado de um carro em movimento em Cajuru (SP) . (veja mais abaixo)
Na sentença, proferida na quinta-feira (18), o juiz José Oliveira Sobral Neto decidiu que o réu responda pelo crime de tentativa de feminicídio por motivo fútil e meio cruel.
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Ao g1, o TJSP informou que o julgamento ainda não foi marcado, porque a defesa do réu pode recorrer da sentença.
“Só depois de finalizada a fase de recursos é que poderá ser marcado o julgamento, caso a decisão seja mantida”.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado de defesa de Denis, Mauricio Lins Ferraz. disse que, de fato, vai recorrer.
“Nosso entendimento é de que ele não devia ser pronunciado e temos argumentos sólidos para isso. Primeiro, porque o processo tem nulidades, a defesa foi cerceada, nós não conseguimos produzir algumas provas extremamente importantes”.
Denis está preso desde o dia 16 de março por ter descumprido uma medida protetiva estabelecida desde 18 de fevereiro, quando o crime já era investigado, e que o impedia de se aproximar de Gabriele a menos de 200 metros de distância ou de manter qualquer tipo de contato com ela e com familiares.
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Segundo Ferraz, a defesa tem provas de que os fatos não aconteceram como diz a denúncia. Ele também informou que vai lutar pela absolvição de Denis do crime de tentativa de feminicídio.
“Se é que, em determinado momento, ele a empurrou, no mesmo instante, ele parou seu veículo e correu para socorrê-la. Portanto, ele não insistiu naquela ideia de morte. Pelo contrário, foi buscar socorro médico. Se entender que ele empurrou, certo é que não quis prosseguir com essa atitude, tentou salvá-la e, neste caso, na forma da lei, ele deve, no máximo, ser condenado por crime de lesão corporal”.
Advogado de defesa de Gabrielle, Djalma Fregnani Júnior espera pela condenação do réu.
“A defesa acredita que ele vai ser julgado pelo Tribunal do Júri e vai ser condenado. É isso que a gente aguarda. Várias testemunhas presenciaram os fatos, desde a entrada no carro, ela pedindo socorro. A prova foi bem robusta, com testemunhas presenciais”.
Imagens mostram queda de mulher de carro em movimento em Cajuru
Reprodução/Câmera de segurança
Ainda segundo Fregnani, a vítima ficou 22 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tem sequelas.
“Ela tem trauma, medo de sair na rua, medo que o Denis seja colocado em liberdade, faz tratamento psicológico, faz terapia”.
Discussão e agressões graves
O caso aconteceu entre a noite de 12 e a madrugada de 13 de janeiro deste ano. Câmeras de segurança na Rua Capitão José Ferreira Diniz, no Centro de Cajuru, flagraram as agressões de Denis em Gabrielle.
Segundo o Ministério Público, as investigações apontaram que o casal havia discutido durante a “Festa de São Sebastião”, um tradicional evento da cidade, e Gabriele decidiu ir embora a pé para casa, mas o namorado a seguiu até encontrá-la.
As agressões ocorreram a partir de então, de acordo com o promotor de Justiça Ilo Wilson Marinho Gonçalves Júnior.
De acordo com a Promotoria, além de ter sido atingida com um soco no olho, a jovem foi puxada pelos cabelos até entrar no automóvel, onde continuou sendo agredida.
Ferimentos na cabeça de mulher jogada de carro em movimento em Cajuru, SP
Reprodução/EPTV
A vítima relatou que, para tentar se livrar das agressões, tentou sair do carro, mas percebeu que não conseguiria porque o veículo estava em movimento e passou a gritar por socorro até chamar a atenção de pessoas na rua.
Em um determinado momento, ela contou que conseguiu abrir a porta do automóvel, e que não pulou por conta própria, mas sim foi jogada pelo namorado. (veja vídeo abaixo)
Mulher é jogada de carro em movimento em Cajuru, SP
A Promotoria também registrou na denúncia que, após ser arremessada do veículo em movimento, chegou a ser arrastada por alguns metros pelo carro do agressor, porque o pé havia ficado preso no banco do automóvel.
Em seguida, segundo o MP, o suspeito parou o carro, desceu e segurou a namorada de modo agressivo.
A jovem foi socorrida com a ajuda de testemunhas e levada inicialmente para a Santa Casa de Cajuru, de onde foi transferida para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto devido à gravidade das lesões.
Segundo o promotor, além de cicatrizes, ela teve problemas auditivos e na visão por conta da gravidade das agressões.
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