Michel Temer sobre Polarização Política: “Pior do Que Está Não Pode Ficar”
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O ex-presidente Michel Temer não tem do que reclamar. “Fui um presidente muito impopular, mas atualmente sou um ex-presidente popularíssimo”, disse ele nesta quinta-feira (18) durante um evento realizado pela empresa de investimentos e educação financeira Ações Garantem Futuro (AGF). Ele falou sobre seu papel como ex-presidente, deu conselhos ao atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e comentou a necessidade de maior aproximação entre Brasil e Estados Unidos.
Temer afirmou que sua baixa aprovação durante o mandato lhe deu espaço para avançar em pautas consideradas impopulares. “Como eu não tinha intenção de me candidatar novamente, eu podia fazer o que o Brasil precisava”, disse. Ele citou o Teto de Gastos, a reforma trabalhista e o início da reforma da Previdência, concluída durante o governo de Jair Bolsonaro, como avanços importantes para o país.
Temer revelou ter conversado por telefone com Motta, que o procurou para comentar suas declarações no programa “Roda Viva”, da TV Cultura. No evento da AGF, Temer voltou a defender a elaboração de um pacto nacional em torno do projeto de lei da anistia.
A proposta, que tramita na Câmara, teve requerimento de urgência aprovado na quarta-feira (17), com 311 votos a favor, 163 contra e sete abstenções. A medida acelera a análise em plenário. Motta, após a votação, afirmou que o país “precisa andar” e defendeu que o projeto seja instrumento de pacificação.
Temer, no entanto, fez uma advertência. Disse que a anistia só terá legitimidade se houver diálogo entre Legislativo, Executivo e Judiciário. “Se não, a anistia vai para o Supremo e é derrubada. Ponderei que é melhor conversar, porque se for uma coisa só do Congresso, pode ter contestação e cair”, relatou. Ele afirmou ainda que Motta teria se mostrado aberto a ajustes no texto. “Ele falou que gostou muito da ideia de reduzir as penalidades porque talvez seja um caminho. Eu até ponderei, e ele está fazendo isso, sobre ser melhor conversar com o Supremo e com o Executivo, pra ser uma coisa conjunta”, disse Temer.
Temer comentou as propostas de aumentar a tributação sobre a parcela da população com maior renda de maneira a permitir um aumento do limite de isenção. “Há várias maneiras de tentar equilibrar a situação fiscal, mas a mais eficiente é reduzir os gastos”, disse ele. O ex-presidente recordou que, em seu primeiro mês no exercício do cargo, realizou uma reforma administrativa silenciosa. “Havia 60 mil cargos vagos, que dependiam de indicação ou de concurso. Sem muito alarde, eu extingui esses 60 mil cargos, o que reduziu os gastos”, disse ele.
Política externa
O ex-presidente criticou a falta de diálogo entre Brasil e Estados Unidos e sugeriu que uma aproximação direta poderia evitar tensões comerciais. “Não é uma conversa entre Lula e Trump, e sim uma negociação entre o presidente do Brasil e o dos Estados Unidos. Se Lula ligar, Trump atende”, disse ele. “Se eu ainda fosse presidente da Câmara, eu ligaria para o presidente da Câmara dos EUA”, afirmou.
Ele recordou um encontro com Donald Trump em Nova York em 2017, durante a Assembleia-Geral da ONU. Temer jantou com o presidente americano na companhia de Mauricio Macri, então presidente da Argentina, e de Juan Manuel Santos, ex-presidente da Colômbia. Trump fez uma sugestão inusitada. “A primeira coisa que nos disse foi: ‘Como é que vocês vão invadir a Venezuela?’ Ficamos constrangidos, mas explicamos que nossa relação com a Venezuela era boa”, relatou.
Segundo Temer, a ideia de Trump foi abandonada após a reação dos líderes sul-americanos. Para ele, o episódio mostra que o diálogo direto pode ser decisivo, inclusive em questões comerciais. “Se você conversa, consegue mudar a posição inicial”, disse, sugerindo que o Brasil poderia adotar postura semelhante diante de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos nacionais.
“No passado, as relações entre países eram políticas e institucionais, atualmente são relações comerciais”, disse ele. “A China é nosso principal parceiro comercial e os Estados Unidos estão em segundo lugar, por isso esse conflito terá consequências muito danosas para nossa economia.”
Polarização
O ex-presidente reforçou a necessidade de a oposição buscar unidade em torno de uma candidatura única para disputar a presidência da República. Contou que foi procurado por governadores e defendeu a elaboração de um programa comum. “Quando o quinto governador me procurou, disse que eles deveriam se reunir, escrever um programa e escolher um candidato”, afirmou.
Apesar das críticas à radicalização, Temer manteve o tom de conselheiro político. Disse que o país precisa construir consensos para enfrentar desafios e destacou a importância de pacificação institucional. “O Brasil precisa de pacificação. Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito”, reforçou, alinhando-se ao discurso de Hugo Motta. “Quando penso na polarização, avalio que pior do que está não pode ficar.”
Em diversos momentos, Temer ressaltou sua experiência no comando do Executivo. Lembrou que, mesmo sem apoio popular, conseguiu aprovar medidas consideradas estruturais, citando como exemplo a reforma trabalhista. “A impopularidade me deu liberdade para agir sem cálculo eleitoral”, afirmou.
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