O Boom da IA Deixou Esses Bilionários US$ 450 Bilhões Mais Ricos Só Neste Ano
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Este tem sido um grande ano para os acordos de infraestrutura de inteligência artificial (IA). Só no último mês, OpenAI, Oracle, Nvidia, AMD e outras anunciaram transações gigantescas no valor de centenas de bilhões de dólares. Os acordos são complexos, pouco convencionais — e muitas vezes circulares: o investimento de até US$ 100 bilhões (R$ 550 bilhões) da Nvidia na OpenAI, anunciado no final do mês passado, por exemplo, permitirá que a dona do ChatGPT compre GPUs da Nvidia para expandir a capacidade de seu próprio data center.
Em uma negociação semelhante, mas invertendo quem recebe participação acionária, AMD e OpenAI anunciaram na segunda-feira (6) sua própria parceria estratégica, na qual a empresa de IA recebeu um direito de aquisição de até 160 milhões de ações ordinárias da fabricante, equivalentes a 10% das ações da AMD, que serão liberadas em etapas conforme a OpenAI utilize 6 gigawatts das GPUs da empresa de chips ao longo do tempo.
Por trás dessa série de operações está algo como uma mentalidade de corrida desenfreada. “O mundo precisa de muito mais poder de processamento”, publicou o CEO da OpenAI, Sam Altman, no X ao anunciar o acordo com a AMD. Altman vem repetindo há anos que “mais poder de processamento é mais importante agora do que nunca para termos sucesso em nossa missão”.
“Há tanta impaciência e desejo de agir rapidamente, além do medo de ficar para trás, que existe um prêmio muito alto em conseguir o máximo o mais rápido possível”, diz Stella Biderman, diretora executiva da organização sem fins lucrativos de IA EleutherAI, que treinou uma versão open-source do GPT-3 usando GPUs da CoreWeave.
“A principal demanda por GPUs vem de um pequeno número de organizações muito, muito bem financiadas, que dão um valor altíssimo à velocidade e a ter sempre o que há de mais novo e avançado”, diz a executiva.
E isso tem levado essas empresas a fazerem acordos do tipo “me ajude que eu te ajudo”, literalmente planejados para que se beneficiem mutuamente. Em grande parte graças a essas negociações, as avaliações de mercado estão disparando e os bilionários fundadores, executivos e investidores ligados à construção massiva de data centers de IA têm sido os mais beneficiados.
Segundo a Forbes, 20 dos maiores bilionários do mundo e ligados ao crescimento explosivo dos gastos em infraestrutura de IA já aumentaram mais de US$ 450 bilhões (R$ 2,475 trilhões) em suas fortunas desde 1º de janeiro.
Bilionários enriquecidos
O cofundador e diretor de tecnologia da Oracle, Larry Ellison, é o maior vencedor, com um aumento de US$ 140 bilhões (R$ 770 bilhões) na última ano, graças a uma alta de 73% nas ações da empresa — a média do S&P 500 é de 15% do S&P —, impulsionada em parte por projeções de que a receita com infraestrutura em nuvem, em grande parte para suportar IA, saltará de US$ 18 bilhões (R$ 99 bilhões) neste ano para US$ 144 bilhões (R$ 792 bilhões) nos próximos quatro anos.
Já Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia, viu sua fortuna crescer US$ 47 bilhões (R$ 258,5 bilhões) neste ano, à medida que as ações de sua gigante de chips subiram 40%, enquanto Michael Dell ficou US$ 35 bilhões (R$ 192,5 bilhões) mais rico graças à sua participação na Dell (alta de 39%) e à estimativa de participação na Broadcom (alta de 49%), com ambas as empresas fornecendo muitas das peças usadas nos data centers de IA.
Os que tiveram os maiores ganhos percentuais em relação à fortuna líquida são os cinco bilionários da empresa de computação em nuvem CoreWeave. Desde seu IPO em março, as ações da CoreWeave subiram 250%, quase triplicando a fortuna de seus quatro cofundadores bilionários (Michael Intrator, Brian Venturo, Brannin McBee e Peter Salanki) e do investidor inicial Jack Cogen.
Para financiar a expansão de sua infraestrutura o mais rápido possível, a CoreWare levantou cerca de US$ 29 bilhões (R$ 159,5 bilhões) em dívidas — mas afirma que praticamente todo esse valor já está precificado em contratos de vários anos, com duração média de quatro anos, feitos com empresas como Meta, Microsoft e OpenAI.
Masayoshi Son, da SoftBank, e o fundador da gigante de buscas russa Yandex, Arkady Volozh, também são grandes beneficiários. Suas fortunas cresceram 142% e 166% neste ano, respectivamente. Em abril, a SoftBank anunciou US$ 40 bilhões (R$ 220 bilhões) em financiamento adicional para a OpenAI — embora US$ 30 bilhões (R$ 165 bilhões) desse valor dependam da conversão da OpenAI em empresa com fins lucrativos até dezembro.
A riqueza publicamente conhecida de Volozh agora está ligada à Nebius, que constrói data centers de IA e aluga GPUs para empresas como a Microsoft. No mês passado, a gigante de tecnologia fechou um acordo de US$ 17 bilhões (R$ 93,5 bilhões) com a Nebius. As ações da empresa subiram 340% neste ano, elevando o ex-diretor de segurança da informação da Yandex, Ivanov, à lista de bilionários ao lado de seu antigo chefe pela primeira vez, graças à sua participação de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,6 bilhões) na Nebius.
Potenciais devedoras?
À medida que as avaliações sobem, as empresas e investidores demonstram confiança de que não estão sujeitos ao risco substancial de tudo desmoronar. Grandes empresas de tecnologia como Oracle, Microsoft e Google, que estão investindo pesado em infraestrutura de IA, possuem negócios altamente lucrativos que ajudam a financiar tudo isso. Mesmo assim, a empresa de Ellison carrega a maior dívida de sua história — em setembro, emitiu mais US$ 18 bilhões (R$ 99 bilhões) em dívidas e a agência de classificação de crédito do S&P rebaixou sua perspectiva para “negativa” em julho, citando preocupações sobre o fluxo de caixa livre.
“As perspectivas de crescimento são fortes, mas os riscos incluem potencial excesso de capacidade em data centers caso a demanda por poder de processamento de IA diminua ao longo do tempo, risco de concentração de clientes e fornecedores e um cenário competitivo ainda em evolução”, escreveu a S&P Global Ratings em sua atualização de crédito de setembro.
Grandes financiadores de infraestrutura de IA, como a Blackstone — que liderou um financiamento de dívida de US$ 7,5 bilhões (R$ 41,25 bilhões) para a empresa de computação em nuvem CoreWeave — afirmam que os contratos foram fechados de forma sólida para que os clientes não possam desistir facilmente. Michael Intrator, CEO da CoreWeave, acrescenta: “estou vendendo para a Microsoft e ela vai pagar suas contas.” No entanto, a OpenAI, que assinou contratos de computação de US$ 22 bilhões (R$ 121 bilhões) com a CoreWeave neste ano, tornando-se o maior cliente da empresa depois da Microsoft e da Meta, tem muito menos dinheiro em caixa.
IA deus-máquina
A OpenAI e outras empresas privadas também estão sendo recompensadas com grandes investimentos e avaliações astronômicas. Em outubro de 2024, investidores avaliaram a OpenAI em US$ 157 bilhões (R$ 863,5 bilhões), em agosto em US$ 300 bilhões (R$ 1,65 trilhão) e agora em US$ 500 bilhões (R$ 2,75 trilhões), a maior avaliação já registrada para uma empresa privada. O CEO da empresa insiste há muito tempo que não possui participação relevante na companhia — atualmente é sem fins lucrativos —, embora seja bilionário graças a outros investimentos — incluindo uma participação de US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) na empresa nuclear pré-receita Oklo, que poderia fornecer energia para data centers de IA se sua tecnologia entrar em operação.
Enquanto a rival da OpenAI, Anthropic, que anunciou acordos corporativos com IBM e Deloitte nesta semana e mantém parcerias profundas (e grandes investimentos) da Amazon e Google, foi avaliada em US$ 183 bilhões (R$ 1,006 trilhão) em uma captação de recursos em setembro, ante US$ 18 bilhões (R$ 99 bilhões) no final de 2024. Os sete cofundadores da empresa agora possuem participações avaliadas em US$ 3,7 bilhões (R$ 20,35 bilhões) cada.
Na expectativa de que uma dessas empresas desenvolva a chamada inteligência artificial geral “deus-máquina”, investidores também têm injetado dinheiro em laboratórios de IA pré-receita com avaliações impressionantes. É o caso do Thinking Machines, da ex-diretora de tecnologia da OpenAI, Mira Murati, que captou US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões) e foi avaliada em US$ 12 bilhões (R$ 66 bilhões) em julho. A lista inclui a Safe Superintelligence, do ex-cientista-chefe da OpenAI, Ilya Sutskever, que levantou US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões) com avaliação de US$ 32 bilhões (R$ 176 bilhões) em abril.
“O problema central se resume a uma questão: quem vai assumir o risco residual da tecnologia?”, afirma Chris Moon, diretor executivo da DigitalBridge, que administra US$ 106 bilhões (R$ 583 bilhões) em ativos relacionados à infraestrutura digital, incluindo data centers de IA.
A sustentabilidade de todo esse crescimento depende da capacidade das empresas de transformar a inovação em IA em negócios lucrativos de forma contínua — especialmente a OpenAI, que ainda não sabe como vai gerar lucro ou levantar todo esse dinheiro. De qualquer forma, alguns já começaram a realizar lucros. A desenvolvedora do ChatGPT concluiu na semana passada a venda de ações de funcionários no valor de US$ 6,6 bilhões (R$ 36,3 bilhões), enquanto os novos bilionários da CoreWeave já venderam mais de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,15 bilhões) em ações combinadas. Já Huang vende ações quase diariamente.
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