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O Que Pensa o Mercado sobre a Recuperação Judicial da Azul

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Parecia inevitável — e foi. Depois de inúmeras reestruturações e acordos com credores, a Azul (AZUL4) oficializou, nesta semana, seu pedido de recuperação judicial (“Chapter 11”) nos Estados Unidos. A decisão a posiciona como a terceira grande aérea brasileira a recorrer ao mecanismo desde a pandemia, depois de Latam e Gol.

O processo, no entanto, chega amparado por um plano robusto de reestruturação financeira: a companhia firmou acordos com os principais credores, incluindo AerCap (seu maior arrendador), além das norte-americanas United Airlines e American Airlines, que poderão investir até US$ 300 milhões na empresa. O plano prevê ainda um financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão, a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e uma capitalização em ações de até US$ 950 milhões.

O anúncio mexeu com os ativos da empresa. Em Nova York, os recibos de ações chegaram a cair 40% no dia do anúncio, enquanto as ações ordinárias recuaram até 10% na B3. Ainda que tenha havido recuperação ao longo do pregão, os papéis acumulam queda de 89% em 12 meses.

Para Daniel Utsch, gestor da Nero Capital, o movimento já estava amplamente precificado. “O timing me parece adequado, não acho que seja tarde demais”, afirma. “É sempre uma negociação complexa. No caso das aéreas, os maiores credores são os arrendadores, o que traz implicações específicas, como redução de frota.” Ainda assim, ele considera o plano “bem desenhado” e avalia que há espaço para recuperação. “A eliminação de até 70% do endividamento líquido pode abrir caminho para uma melhora operacional significativa.”

O pedido de recuperação judicial não surpreendeu o mercado — tampouco os analistas. O que está em jogo agora é a capacidade da Azul de entregar o que prometeu: redução de dívida, equilíbrio operacional e clareza na recomposição do capital. Até lá, a incerteza ainda paira sobre os acionistas — mas a aposta em uma companhia mais enxuta e eficiente pode, enfim, decolar.

O que vê o mercado

Em relatório, o Bradesco BBI avaliou que o processo de Chapter 11 “pode reduzir significativamente a alavancagem da companhia e prover a liquidez necessária”. Segundo o banco, a Azul espera sair da recuperação entre seis e nove meses, com US$ 545 milhões em caixa — frente aos US$ 110 milhões reportados no 1T25 — e alavancagem líquida de 3x EBITDA, caindo para 2,2x em 2026.

Ainda assim, o banco reduziu sua recomendação de compra para os papéis para neutro, com preço-alvo de R$ 1,30, alertando para o risco de diluição relevante dos acionistas existentes no processo de equitização da dívida.

A XP Investimentos reforçou a tese, destacando que o plano “parece bem estruturado e focado na preservação da operação”. A casa colocou a recomendação em revisão, mas pontuou que o valor do equity permanece altamente incerto, dada a falta de clareza sobre os termos de conversão da dívida em ações.  O BTG Pactual destacou o impacto do processo no plano de negócios: a Azul revisou para baixo suas projeções de crescimento e pretende reduzir a frota contratual de 216 para 170 aeronaves até o fim de 2025. Isso, segundo o banco, visa ajustar a operação à realidade financeira e mitigar riscos cambiais.

Já o JPMorgan observou que a entrada de capital de companhias estratégicas como United e American Airlines “é um sinal relevante de confiança na reestruturação da Azul”, mesmo que o montante envolvido não seja determinante para o sucesso do plano.

E o futuro?

A Azul prevê retomar o crescimento em 2027, com aumento de ASK (oferta de assentos por quilômetro) de 4,6% e EBITDA estimado em R$ 7 bilhões — abaixo dos R$ 7,4 bilhões anteriormente projetados. O plano também projeta redução de frota e maior foco em aeronaves mais eficientes, como os jatos E2 da Embraer, cuja demanda permanece elevada mesmo com o corte na frota contratual

“Operacionalmente, ainda é uma companhia eficiente, ou com potencial para voltar a ser”, afirma Utsch. “A RJ dá o fôlego necessário para isso.”

Quanto à fusão com a Gol, o gestor acredita que a discussão está suspensa por ora, mas que poderá voltar ao radar após a saída das duas companhias de seus respectivos processos de Chapter 11. “Talvez o fato de ambas emergirem com os passivos financeiros mais equilibrados torne a operação até mais viável”, afirma.

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