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Por que nem dinheiro de Trump encerra ‘inferno astral’ de Milei

Javier Milei está vivendo seus “piores dias” desde que assumiu a Presidência da Argentina, em dezembro de 2023, segundo têm observado analistas de diferentes tendências.
O presidente argentino enfrentou uma derrota recente de seu partido na eleição legislativa da maior província do país, sinais de queda na popularidade, acusações de corrupção contra sua irmã, novas preocupações econômicas e problemas na relação com o Congresso.
O longo “inferno astral” de Milei — que completará 55 anos em 22 de outubro — começou em agosto .
A BBC News Brasil conta as dores de cabeça pelas quais o presidente argentino tem passado desde então.
As denúncias contra Karina Milei
Em agosto foram revelados áudios de um suposto esquema de propinas envolvendo a irmã do mandatário, a secretária-geral da Presidência, Karina Milei.
Além dela, o esquema envolveria empresas da indústria farmacêutica e a Agência Nacional de Pessoas com Deficiência (Andis, na sigla em espanhol).
Em áudios vazados, o então diretor da Andis, Diego Spagnuolo, advogado de Milei, fala sobre percentuais de supostas propinas e cita os nomes de Karina Milei e de seu assessor direto, Eduardo “Lule” Menem, parente do ex-presidente Carlos Menem (1930-2021).
Ambos estariam cobrando propina de farmacêuticas para a compra de medicamentos pelo governo — com exigência de até 8% sobre o faturamento dessas empresas para garantir contratos.
Karina, praticamente desconhecida do público até a chegada de Milei à Casa Rosada, é chamada pelo irmão e presidente de “o chefe”.
Em várias ocasiões, ele tinha afirmado que a última palavra nas decisões do governo poderia ser dela, o que atraiu ainda mais as atenções para as acusações.
A trama afetou a popularidade do presidente e atingiu a coluna vertebral do seu discurso da “motosserra” contra a corrupção, o tamanho do Estado e o que ele chama de “casta” política.
“A casta está com medo”, costuma cantar enquanto saltita e ergue os braços quando reúne seus apoiadores.
O desgaste da imagem de Milei provocou fortes turbulências no mercado financeiro e incertezas sobre sua gestão.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, saíram em defesa de Milei.
Trump disse que o presidente argentino tem seu “apoio completo e total” para “sua reeleição como presidente”. Trump disse ainda que Milei é “um líder verdadeiramente fantástico e poderoso”.
Por sua vez, Bessent anunciou no dia 22/09, um socorro financeiro para a Argentina de US$ 20 bilhões.
“A Argentina é um aliado sistematicamente importante dos Estados Unidos na América Latina e o Tesouro dos Estados Unidos está disposto a fazer o que for necessário, dentro do seu mandato, para apoiar a Argentina”, escreveu em suas redes sociais.
Analistas disseram que foi “um resgate que evitou um naufrágio”. Mas ainda faltam detalhes concretos sobre essa ajuda e quando ela chegará. Por enquanto, foi anunciado que Trump receberá Milei no dia 14 de outubro, em visita oficial, na Casa Branca.
O analista político Facundo Nejamkis, da empresa de pesquisas e opinião pública Opina Argentina, disse à BBC News Brasil na terça-feira (30/09) que as declarações de Trump e Bessent não têm efeito no eleitorado argentino.
“São duas coisas que correm por trilhos diferentes. Depois de um cenário sufocante, o governo respira aliviado para chegar às eleições legislativas do dia 26 de outubro. Mas o salva-vidas financeiro (dos EUA) e o humor, o cotidiano, a economia e o voto dos argentinos são outra coisa, outra realidade”, disse Nejamkis.
Ele está entre os que entendem que Milei vive “seus piores dias”, mesmo depois das afirmações de Trump.
Tradicionalmente, as eleições legislativas argentinas são consideradas um plebiscito do eleitorado ao governo, que busca ampliar o número de cadeiras no Congresso. Milei começou a fazer campanha para seus candidatos.
Mas, nesta semana, na primeira escala, em Ushuaia, na Patagônia, foi obrigado a interromper sua caminhada diante de um protesto.
Antes de ser demitido como “medida preventiva”, após a divulgação dos áudios no canal de streaming Carnaval, Spagnuolo fazia parte do reduzido círculo de amigos do presidente argentino.
O ex-diretor da Andis frequentava a residência presidencial de Olivos e era um dos poucos convidados de Milei para ouvir ópera aos domingos no local bucólico — formado por amplos jardins, cercado por muros altos e que está a cerca de 1h30 de carro da Casa Rosada, a sede da Presidência do país.
Interlocutores que frequentam Olivos e que falaram à BBC News Brasil sob condição de anonimato relataram bastidores que ajudam a entender a personalidade e o entorno de Milei, além da importância das poucas pessoas que o rodeiam, como Karina e Spagnuolo.
Uma das sopranos do Teatro Colón afirmou que Milei conhece ópera “profundamente” e sente “deleite” ao falar sobre os músicos e as árias.
“Ele é apaixonado por ópera e conhece a fundo”, disse ela.
Quando as pessoas vão embora, ele fica sozinho, contou também um dos frequentadores da residência presidencial.
“É uma pessoa solitária”, afirmou.
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Derrota para o kirchnerismo
No início de setembro, veio mais um baque para o presidente argentino.
Nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a maior do país, o partido de Milei, A Liberdade Avança (LLA), registrou uma derrota significativa.
A sigla ficou 13 pontos percentuais atrás da coalizão Força Pátria — liderada pelo governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que é kirchnerista e opositor de Milei.
A Força Pátria ficou à frente na maioria das seções eleitorais.
Assim, o kirchnerismo cresceu na província, enquanto o LLA perdeu cadeiras de parlamentares locais.
A província de Buenos Aires tem quase 40% do eleitorado nacional.
E, neste ano, o partido de Milei já tinha registrado resultados negativos nas eleições locais de outras províncias.
Uma semana depois da derrota, Milei, vestido de terno e gravata, fez um discurso em rede nacional com tom conciliador.
Ele até evitou o típico bordão no final de suas falas, “Viva la libertad, carajo” (“Viva a liberdade”, seguido de um palavrão).
‘Cansaço’ do eleitorado
Analistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que, apesar de algumas tentativas recentes de mudanças na postura de Milei, o eleitorado se cansou ou está se cansando do estilo agressivo de Milei e das dificuldades econômicas no país.
Sinal disso é uma pesquisa recente da Bloomberg/AtlasIntel, realizada entre os dias 10 e 14 de setembro: 53,7% dos entrevistados afirmaram “desaprovar” o presidente argentino, enquanto 42,4% afirmaram que o “aprovam”. O restante (3,8%) não sabe.
Esta é a pior avaliação de Milei desde que ele tomou posse. Sobre o governo, na mesma pesquisa, 49,5% dos entrevistados o definem como “ruim ou muito ruim” enquanto 33,4% o consideram “bom ou excelente”.
A analista Shila Vilker, da empresa de pesquisas e opinião pública Trespuntozero, diz que nos dois meses anteriores às eleições legislativas na província de Buenos Aires, o apoio ao governo e ao presidente Milei caiu cerca de 10 pontos percentuais, ficando em 39,9%.
No ano passado, estes percentuais estiveram entre 50% e 52%.
“Mas, a partir dos vetos de Milei ao aumento dos aposentados e às pessoas com deficiência e do escândalo $Libra, no início do ano, esse apoio retrocedeu. A queda foi mais acentuada após o episódio dos áudios do [Diego] Spagnuolo”, aponta, em entrevista à BBC News Brasil.
$Libra é uma criptomoeda citada por Milei em uma postagem de fevereiro nas suas redes sociais.
Na ocasião, o presidente argentino afirmou que a criptomoeda seria uma boa opção de investimento e teria sido idealizada para financiar pequenas empresas argentinas.
Desconhecida até então, a criptomoeda viu seu valor aumentar até 1.300% — mas, quatro horas depois, desabou, e Milei apagou a postagem.
A polêmica cresceu quando a imprensa local revelou, inclusive com fotos, que o presidente argentino teria tido reuniões com os criadores da criptomoeda.
O caso está sendo investigado pela Justiça argentina e de Nova York.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados instaurou uma comissão para investigar as acusações contra a irmã de Milei e outros envolvidos no caso. Karina Milei foi convocada para depor mas, segundo o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, ela não compareceria porque teria que acompanhar Milei na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York.
Mas ela também faltou à uma segunda convocação feita pelos parlamentares da comissão.
Em um novo levantamento da Trespuntozero, realizado entre os dias 10 e 15 de setembro, o apoio a Milei e ao seu governo parou de cair.
Para Vilker, aqueles que não são simpáticos ao kirchnerismo, força que venceu em Buenos Aires, passaram a “temer” a volta deste setor da oposição — representado pela ex-presidente Cristina Kirchner, em prisão domiciliar após condenação na Suprema Corte; pelo ex-presidente Alberto Fernández; e por Axel Kicillof, que foi ministro da Economia no governo de Cristina.
Mas em um sinal de que a situação não é simples para Milei, uma nova pesquisa, realizada entre 5 e 15 de setembro e divulgada na segunda-feira (29/09), mostrou queda inédita do governo Milei na trajetória do levantamento.
O chamado Índice de Confiança da Universidade Di Tella (ICG) apontou que o governo Milei registrou o pior índice no levantamento desde que chegou à Casa Rosada. Em uma escala de 1 a 5 registrou, pela primeira vez, menos de 2 pontos (1,8 ponto).
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Depois da inflação, outras preocupações com a economia
Ainda de acordo com Shila Vilker, a percepção dos argentinos sobre a economia pesou na queda recente na popularidade de Milei.
Dados oficiais mostram que a economia tem dado sinais de estagnação e alguns especialistas especulam sobre riscos de recessão — o que Milei e sua equipe descartam.
Nesta semana, Milei reconheceu, em entrevista a um canal de televisão local, que a economia está “paralisada” e atribuiu o fato a oposição no Congresso.
Segundo algumas pesquisas, a própria derrota em Buenos Aires foi influenciada pela desaceleração da economia e a dificuldade das pessoas de adquirir produtos básicos e pagar suas contas.
A preocupação dos argentinos já não é tanto com a inflação, que caiu no governo Milei.
Em 2023, o índice anual chegou a 211,4%. Em 2024, foi de de 117,8%. Para 2025, a expectativa é que a inflação anual seja de 28,2%, segundo o Levantamento de Expectativas do Mercado (REM) divulgado pelo Banco Central.
Economistas atribuem a queda inflacionária ao forte ajuste fiscal e monetário implementado pelo governo Milei.
Mas, segundo analisa o economista Enrique Szewach, reduzir a inflação “não está sendo suficiente” para convencer a população.
O custo de vida continua alto e faltam políticas de geração de empregos, ele aponta.
Nos últimos tempos, os salários não acompanharam o ritmo dos preços. O salário mínimo, por exemplo, teve perda de 30% no poder de compra durante o governo Milei, segundo dados do Centro de Pesquisa e Formação da República Argentina (CIFRA), divulgados no início de setembro pelo jornal Clarín.
“Nas diferentes pesquisas que realizamos, nos últimos meses, baseadas em focus groups [grupos focais], as classes média e baixa, não pobre, e que representam cerca de 24 milhões de pessoas, responderam que ‘comprar é um estresse’ e ‘o dinheiro acaba muito antes do fim do mês'”, aponta Guillermo Olivetto, especialista em consumo.
“Até pouco tempo, muitos diziam que o esforço valia a pena e apoiavam [as medidas de Milei].”
Há preocupações também com o acesso a empregos, inclusive os formais.
Dados do Instituto de Estatísticas e Censos (Indec) divulgados em 18 de setembro mostram que, no segundo trimestre deste ano, o desemprego foi de 7,6% — levemente inferior aos três meses anteriores, quando o indicador foi de 7,9%, e igual ao último trimestre de 2024.
Mas, segundo dados da Secretaria do Trabalho divulgados pela imprensa local, entre novembro de 2023 e abril deste ano caiu o total de empregos registrados, tanto privados quanto públicos. A redução foi de 258.300 postos de trabalho.
E, de acordo com o Indec, os trabalhadores informais chegaram a 43,2% da população ativa no segundo trimestre deste ano. Este índice é levemente superior aos 41,6% do trimestre anterior.
Além disso, os preços de serviços públicos como transporte, água, luz e telefonia aumentaram porque o governo Milei reduziu ou eliminou os subsídios que eram aplicados pelos governos anteriores.
Para completar, a alta de investimentos estrangeiros que o governo esperava atrair não ocorreu, observam os economistas.
Em um comunicado no mês passado, a União Industrial Argentina (UIA) elogiou a “organização macroeconômica, a queda na inflação e o equilíbrio fiscal” do governo Milei, mas criticou o custo de produção e as taxas de juros.
Em seu levantamento mensal, a UIA informou, nesta semana, que a atividade industrial caiu 3% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado.
O Banco Central da República Argentina (BCRA) fixou, em janeiro deste ano, em 29% a taxa básica de juros, chamada de Taxa Normal Nominal (TNA). Porém, este índice pode variar de acordo com o banco ou segmento econômico.
Entre julho e agosto, por exemplo, os juros para as pequenas e médias empresas saltaram de 44% para mais de 60%, segundo reportagem do jornal Clarín.
Em entrevista à BBC News Brasil, o economista Orlando Ferreres, da consultoria Ferreres e Associados, disse que a expectativa é de queda nos juros após as eleições legislativas nacionais de outubro.
Segundo ele, o mercado financeiro espera que Milei saia fortalecido da votação, apesar dos resultados nas eleições legislativas das províncias.
Na segunda-feira (22), o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, fez declarações de apoio ao presidente argentino.
As afirmações de Bessent foram feitas na rede social X após uma turbulência financeira na Argentina, que teve queda brusca nas ações e títulos, além da desvalorização do peso, a moeda nacional.
“A Argentina é um aliado sistematicamente importante dos Estados Unidos na América Latina, e o Tesouro dos Estados Unidos está pronto para fazer o que for necessário, dentro do seu mandato, para apoiar a Argentina”, escreveu Bessent, que já tinha visitado Milei na Casa Rosada em abril deste ano, num sinal de respaldo à administração argentina.
As palavras de Bessent deram uma trégua na tensão recente do mercado financeiro.
Derrotas de Milei no Congresso
Assim que tomou posse, Milei anunciou que não trabalharia da sede da Casa Rosada, mas da residência oficial.
Porém, no dia seguinte à derrota eleitoral em Buenos Aires, Milei realizou reuniões na Casa Rosada.
Sem a jaqueta preta que caracteriza muitas de suas aparições e vestindo terno, convocou seu reduzido grupo de assessores chamado de “Forças do Céu” — que inclui sua irmã e seu assessor Santiago Caputo.
Ao reunir o grupo, Milei buscava estratégias para aprimorar o diálogo com governadores, fundamentais para seu apoio nas urnas e no Congresso Nacional.
Na Câmara dos Deputados, o partido de Milei tem 37 cadeiras próprias, enquanto o principal opositor do presidente, o União pela Pátria, conta com 98 de um total de 257 cadeiras.
Mesmo sendo um dos menores da Casa, o partido de Milei vinha conseguindo apoio de outras legendas até o ano passado.
Quando foi aprovada a chamada “lei omnibus” (oficialmente, “Lei Bases e Pontos de Partida para a Liberdade”), com vários artigos de reformas da economia, o governo contou com 142 votos a favor, 106 contra e cinco abstenções.
Mas, no caso da votação recente que derrubou o veto de Milei ao aumento de recursos para as universidades, realizada no último dia 17, o governo contou com apenas 67 votos enquanto que os demais partidos reuniram 174 votos.
Naquele dia, professores, estudantes e ativistas ligados à educação e à saúde pública realizaram uma nova manifestação em frente ao Congresso.
Desde março, 40 projetos oficiais do governo Milei foram rejeitados na Câmara dos Deputados e no Senado — onde o partido do presidente tem seis dos 72 assentos.
A lista cresceu recentemente com a rejeição dos deputados ao veto de Milei ao aumento de recursos para hospitais do setor pediátrico.
Os senadores, por sua vez, rejeitaram o veto de Milei que limitava transferências de recursos para as províncias.
Após as derrotas recentes, o ministro da Economia, Luis Caputo, defendeu que as decisões do Congresso contra os vetos de Milei sobre a destinação de recursos afetam o equilíbrio fiscal e o déficit zero que o governo conseguiu.
Em entrevista à BBC News Brasil, o historiador e analista político Rosendo Fraga diz que o problema de Milei não está na economia, mas justamente “na falta de apoio no sistema politico”.
Para recompor o apoio popular e suas alianças, além de ampliar sua base política, Milei precisaria mudar sua personalidade política, afirma Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria.
O especialista, porém, reconhece que “mudar a personalidade de um político é impossível”.
“Milei se apresentava como uma espécie de Trump da Argentina. Era orgulhoso disso. Mas Milei não tem o controle do Congresso, da Corte de Justiça e dos governadores”, aponta.
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Mandato até 2027?
A situação de Milei se complicou a ponto de surgirem especulações de que ele, eleito com 56% dos votos, poderia não terminar seu mandato, previsto para acabar no final de 2027.
Pelas regras, ele pode tentar a reeleição.
No dia seguinte à eleição em Buenos Aires, em um evento no Teatro Colón que reuniu políticos, economistas e analistas, as perguntas nas rodas informais de conversa eram quase sempre as mesmas: “O que acontecerá com o governo Milei?”; “Milei termina o mandato?”.
Um executivo de um dos principais grupos empresariais da Argentina disse à reportagem, que estava presente no teatro, que Milei tinha perdido a eleição por “culpa própria”.
Segundo este empresário, Milei continuou agindo “como se estivesse no palanque de campanha, e não governando” e “mais voltado para os insultos, as divisões, do que para governar”.
O presidente argentino tem um estilo de discursar com insultos diretos àqueles que considera opositores.
Milei já chamou jornalistas de “porcos”, economistas de “farsantes” e Axel Kicillof de “sujo” e “imundo”.
Nos dias que se seguiram ao resultado em Buenos Aires e antes das declarações de apoio de Trump, alguns políticos de oposição declararam à imprensa local que o governo caminhava para o fim.
O líder do peronismo no Senado, José Mayans, disse depois do pleito: “O governo está acabado. Perdeu a confiança da população.”.
O governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela, disse que “o país vai explodir a qualquer momento”.
“Acho que o governo Milei não chega ao dia 26 de outubro. Tenho minhas sérias dúvidas”, disse a senadora Sandra Mendoza, da União pela Pátria, outro braço do peronismo, corrente de oposição.
Membros do governo reagiram às especulações negativas.
O subsecretário de Políticas Universitárias, Alejandro Álvarez, disse que a oposição está tramando um “golpe suave” contra o governo Milei.
O ministro da Economia, Luis Caputo, denunciou que opositores querem “derrubar” o governo.
No dia 26 de outubro, uma nova prova de fogo: haverá eleição nacional para renovar metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Estas eleições legislativas costumam ser consideradas um plebiscito sobre o governo, porque ocorrem na metade do mandato presidencial.
Será que após celebrar seu aniversário, Milei verá o fim do seu inferno astral?
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